Kevin Schroeder – Câmara de Comércio de Houston

Quais são as possibilidades de parcerias a partir desse primeiro contato entre as incubadoras mineiras e as instituições visitadas?

Kevin Schroeder - Existe uma enorme variedade de oportunidades porque Houston está crescendo e o Brasil está crescendo. Na questão da inovação tecnológica, temos aqui vários centros como o Houston Technology Center e a Rice University e eles tem como foco desenvolver mais parcerias com o Brasil e instituições como a UFMG e o estado de Minas Gerais e todas as incubadoras da região.

Você já identificou, entre as instituições visitadas, qual tem mais potencial para avançar em uma parceria?

Existe uma grande oportunidade de formar uma parceria com o IC² na Universidade do Texas porque eles tem uma experiência de levar o conhecimento deles e já tem vários programas pelo mundo inteiro, de consultoria e parcerias e eles podem ajudar as incubadoras brasileiras na questão de gerenciamento das incubadoras e principalmente na comercialização de alta tecnologia.

O senhor também tem uma vasta experiência no Brasil, então qual seria uma vantagem das incubadoras dos Estados Unidos em relação às incubadoras brasileiras?

Eu não posso dizer que as incubadoras visitadas têm tanta coisa diferente ou que falte alguma coisa às incubadoras do Brasil. O que eu posso dizer é que em algumas delas, como o Houston Technology Center, existe uma conexão, uma relação muito próxima com o mundo de investidores, venture capital, investidos angel, que podem ajudar várias empresas incubadas ou que estejam sendo graduadas. É lógico que uma empresa, uma incubadora que criar uma parceria aqui em Houston vai ter acesso à tecnologia e eu acho interessante, no meu ponto de vista, que uma empresa brasileira possa montar um negócio aqui para fornecer equipamentos e serviços à Petrobras, e também vender tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil.

Quanto à cultura de empreendedorismo, o que diferencia os EUA do Brasil?

A inovação no Brasil tem grande apoio do setor público, ou seja, de governos. Aqui também existe o apoio de governos como o Emerging Fund do Estado do Texas, mas tem muita participação do setor privado, do setor financeiro. A missão demonstra que o estado é um líder em inovação e está buscando as parcerias que vão ajudar Minas a crescer mais.

Incubadora First Flight Venture Center, na Carolina do Norte

John C. Draper (Presidente) - Não somos focados em apenas uma área, mas em várias áreas como nanotecnologia, biotecnologia e outras.  Temos cerca de 30 a 35 empresas na incubadora, buscamos ter uma certa flexibilidade para que as empresas possam crescer ou diminuir até um determinado momento quando ela saírem daqui. Inicialmente a incubadora era financiada pelo Estado da Carolina do Norte e hoje já não é mais, mas por empresas privadas que financiam toda a atividade desenvolvida no local. Temos toda a infraestrutura necessária para dar suporte às empresas que atuam aqui, desde o suporte para o plano de negócios, laboratórios, autoclave e material que em geral as empresas possam precisar, para os mais diversos segmentos. 

Oferecemos um espaço padrão, mas que existe a possibilidade de modificar de acordo com as necessidades da empresa que vai se estabelecer naquele lugar, independente da necessidade, como uma pia, ou no caso de uma empresa de TI. Temos quatro salas de conferências que as empresas incubadoras podem reservar e existe um sistema on-line para fazer essa reserva. Equipamos as salas com conexão wi-fi não só para as empresas como também para todos os visitantes. Fazemos todo tipo de consultoria, relacionadas a apresentação a clientes, o que pode melhorar, tudo relacionado a propriedade intelectual, contratos etc, o que é uma vantagem muito grande para as empresas instaladas na incubadora. A proposta desta incubadora não é pesquisa, não é ciência, mas negócios. Queremos transformar tudo realmente em empreendimentos.